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Dilma e Putin Discutem Alternativas ao Dólar em Encontro na Rússia

Dilma Rousseff, a ex-presidente do Brasil e atual chefe do Banco dos Brics, teve um encontro importante nesta quarta-feira (26) com o presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo, durante a 2ª Cúpula Rússia-África, na qual também ocorrerá um encontro com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Desde que assumiu o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) em março, Dilma enfrenta o desafio de ampliar o banco e promover a realização de transações entre os membros em moedas locais, buscando reduzir a dependência do dólar norte-americano.

Entretanto, a delicada situação política e econômica da Rússia se apresenta como um obstáculo para a brasileira, em razão das sanções internacionais e pressões diplomáticas e financeiras impostas pelos Estados Unidos e países europeus.

Apesar disso, Moscou afirma que tem conseguido resistir à tentativa de asfixia econômica graças às suas sólidas relações com a Ásia e com os demais países membros dos Brics.

Durante o encontro com Putin, a discussão sobre o “uso do dólar como instrumento de luta política” chamou a atenção, com Putin ressaltando que os membros dos Brics não estão se unindo contra nenhum país em específico.

Em nota, o Banco dos Brics esclareceu que não está considerando novos projetos na Rússia e que opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais.

O encontro de Dilma Rousseff com os presidentes da Rússia e da África do Sul também teve como pauta a próxima Cúpula dos Brics, que ocorrerá na África do Sul, onde serão abordados temas como a expansão dos membros do NDB, entre outros assuntos.

A visão política por trás do interesse do Brasil em buscar acordos com a Rússia reside na necessidade de diversificar as parcerias econômicas, buscando alternativas além das relações tradicionais com as potências ocidentais.

Essa busca por cooperação com Moscou visa construir laços com um país que tem resistido às pressões externas devido às suas sólidas relações com a Ásia e os demais membros dos Brics.

Contudo, é preciso considerar que a Rússia está envolvida em disputas militares questionáveis, o que pode gerar críticas à postura do Brasil ao estreitar laços em meio a tais conflitos.

Essa aproximação poderia resultar em atritos com parceiros tradicionais do Brasil, como os Estados Unidos e países europeus, que têm manifestado preocupações com a política externa russa.

Dessa forma, Dilma Rousseff deve equilibrar os interesses econômicos com as questões políticas e éticas, garantindo que a busca por parcerias não comprometa os princípios de paz, estabilidade e respeito aos direitos humanos, ao mesmo tempo em que busque promover um sistema financeiro internacional mais equilibrado e independente do dólar.

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