Mauro Cid restringe declarações e seu advogado revela novos detalhes do depoimento à Polícia Federal

Nos mais recentes desenvolvimentos de uma trama investigativa que tem mantido os holofotes voltados para a política nacional, o advogado Cezar Bittencourt surpreendeu hoje ao restringir o escopo das declarações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, sobre a venda de um relógio de luxo nos Estados Unidos e posterior entrega de recursos em espécie ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em uma entrevista concedida à Globo News, Bittencourt afirmou que seu cliente, Mauro Cid, não irá mencionar qualquer envolvimento direto do ex-presidente Bolsonaro nos eventos em questão. Em vez disso, o tenente-coronel focará exclusivamente nas transações relacionadas ao relógio de luxo, evitando abordar o certo conjunto de joias que também teria sido objeto da investigação.

O advogado afirmou enfaticamente que Mauro Cid não tem intenção de “dedurar” Bolsonaro e, ao reiterar a natureza limitada das declarações que serão prestadas, reforçou que seu cliente está apenas cumprindo ordens que lhe foram atribuídas como assessor presidencial. Bittencourt, contudo, recusou veementemente que seu cliente estivesse interessado na compra ou venda de um relógio da marca Rolex, uma vez que tal associação seria infundada.

A revelação feita por Bittencourt lança uma nova luz sobre o caso que já chamou a atenção, após uma reportagem do site da Jovem Pan indicar que Mauro Cid estava programado para prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF). Neste depoimento, Cid supostamente afirmaria ter vendido joias nos Estados Unidos e entregue o dinheiro ao ex-presidente Bolsonaro. O montante, no valor de US$ 35 mil, teria sido depositado na conta do pai de Mauro Cid.

Segundo Bittencourt, Mauro Cid relataria que todas as suas ações foram executadas sob as instruções diretas de Bolsonaro, apresentando uma citação atribuída ao ex-presidente: “Resolve esse problema do Rolex”. O advogado também indicou que Cid teria detalhes sobre o transporte do dinheiro após a venda das joias e subsequente repasse em espécie, enfatizando a falta de interesse de seu cliente em manter posse de tais recursos.

Até este ponto, Mauro Cid havia mantido silêncio sobre o assunto, tendo negado qualquer relação pessoal com o ex-presidente durante sua comparação à CPMI de 8 de Janeiro em julho. Cabe destacar que o tenente-coronel encontra-se preso desde maio, em Brasília, sob suspeita de falsificação de cartões de vacinação relacionados à Covid-19.

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