O Ministério da Justiça anunciou hoje uma revisão nas regras de segurança interna após a entrada, em duas ocasiões neste ano, de Luciane Barbosa Farias, esposa do líder do Comando Vermelho, Clemilson dos Santos Farias, conhecido como ‘Tio Patinhas’.
A medida vem em resposta ao encontro de Luciane com um secretário do ministério, levantando questões sobre a integridade das instalações governamentais.
A partir de agora, todos os visitantes do Ministério da Justiça terão que informar o CPF e realizar um cadastro com 48 horas de antecedência.
A decisão visa fortalecer a segurança interna e evitar episódios semelhantes no futuro.
Luciane Barbosa, estudante de direito e defensora dos direitos dos presos, já havia se reunido com assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma visita que integrou um grupo de mulheres discutindo questões relacionadas ao sistema penitenciário.
Sua presença no Ministério da Justiça levantou questionamentos sobre a eficácia das medidas de segurança vigentes.
A esposa do líder do Comando Vermelho é ativa nas redes sociais, onde se posiciona como uma defensora dos direitos humanos, especialmente dos presos.
Considerada a “primeira-dama do tráfico no Amazonas”, Luciane possui mais de 15 mil seguidores e frequentemente compartilha momentos de sua rotina, incluindo visitas a órgãos públicos e participação em eventos.
Luciane e “Tio Patinhas” foram condenados por envolvimento com o tráfico de drogas e outros crimes no Amazonas, segundo o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM).
A defesa negou as acusações, alegando que Luciane adquiriu seus bens com o dinheiro do salão de beleza e do trabalho de Clemilson com frete de cargas.
Após a revisão das regras de segurança, o Ministério da Justiça divulgou uma nota esclarecendo que a presença de Luciane nas dependências do ministério ocorreu em virtude de uma solicitação de agenda da Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM).
A nota ressalta que a presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.
O secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, confirmou que a reunião foi solicitada pela ex-deputada Janira Rocha, vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ.
Vaz afirmou que Luciane se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário amazonense.
O caso sfoi analisado em uma reunião na segunda-feira (13/11/2023).
A defesa de Luciane destacou que a condenação não é definitiva e cabe recurso, ressaltando que ela responde ao processo em liberdade.
Este episódio levanta uma preocupação adicional sobre a segurança em instalações governamentais, especialmente considerando o contexto político atual, no qual o Governo Lula recebe críticas sobre alegadas ligações com o tráfico de drogas.
Para os eleitores, a presença de Luciane no Ministério da Justiça pode suscitar questionamentos sobre a capacidade do governo em manter a integridade e a segurança em suas instalações, bem como levantar preocupações sobre as relações do governo com setores envolvidos em atividades criminosas.
Esses acontecimentos podem influenciar a percepção pública e gerar debates sobre as práticas adotadas pelo governo em relação à segurança e ao combate ao crime organizado.