Na terça-feira, dia 12 de setembro, o CEO do Instagram, Adam Mosseri, surpreendeu os usuários ao anunciar uma mudança significativa na plataforma: a introdução de um botão que permite que os usuários visualizem apenas o conteúdo das pessoas que seguem. Essa vem mudança em resposta ao Ato de Serviços Digitais (DSA) da União Europeia, que exige que as plataformas online ofereçam a opção de alterar a recomendação personalizada.
O novo recurso, disponível na aba “Reels”, permite que os usuários priorizem as postagens mais recentes e mantenham um feed com restrição cronológica, uma decisão acertada para aqueles que preferem manter o controle sobre o conteúdo que veem. No entanto, essa opção virá com um custo: ao ativar a função “Seguindo”, o usuário abrirá mão do algoritmo de recomendação do Instagram, que muitas vezes enriquece a experiência do usuário ao informar conteúdo relevante com base em seus interesses e comportamento online.
Esta iniciativa não foi uma escolha arbitrária da Meta, a empresa-mãe do Instagram. Ela responde diretamente às demandas regulatórias da União Europeia e ao seu desejo de permitir que os usuários tenham mais controle sobre suas experiências nas redes sociais. A União Europeia já aplicou uma multa específica à Meta no valor de R$ 6 bilhões por questões relacionadas ao uso de dados indevidos, e a empresa está agora tomando medidas proativas para evitar futuros acontecimentos.
Além dessa mudança no Instagram, a Meta está explorando a possibilidade de oferecer versões pagas e sem anúncios do Facebook e Instagram. Essa visa apaziguar as preocupações dos reguladores europeus e criar uma fonte de receita alternativa, uma vez que a publicidade segmentada, na sua forma atual, pode ser vista como invasiva pela União Europeia.
A introdução do feed cronológico no Reels do Instagram é, portanto, um passo importante em direção ao cumprimento das regulamentações europeias e ao respeito pela privacidade do usuário. No entanto, levanta questões sobre o equilíbrio entre a personalização do conteúdo e o controle individual, uma discussão que continuará a evoluir à medida que as plataformas de mídia social se esforçam para encontrar um terreno comum entre as expectativas dos usuários e as obrigações regulatórias.
Na última análise, cabe aos usuários decidirem se escolherem uma recomendação personalizada ou um feed cronológico estrito. Esta é uma mudança que visa dar mais poder de escolha aos usuários do Instagram e, ao mesmo tempo, proteger os interesses da empresa em um cenário regulatório cada vez mais complexo. É um lembrete de que, na era digital, a inovação e a adaptação são cruciais para as empresas de tecnologia, pois elas buscam atender às demandas dos usuários e cumprir com suas responsabilidades legais.