Nesta sexta-feira (10), o órgão parlamentar da China votou a favor da reeleição de Xi Jinping como presidente, ratificando sua condição de líder mais poderoso em décadas. O resultado da votação foi esmagador, com 2.952 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção. Xi, que já é o secretário-geral do Partido Comunista desde 2012, ocupará o cargo de presidente do país até 2028.
O evento foi cuidadosamente coreografado, e as questões delicadas, como as grandes manifestações contra a política de “covid zero” de Xi no final do ano passado, foram evitadas durante a sessão anual do Parlamento. A Assembleia Popular Nacional (APN) também escolheu Li Qiang como primeiro-ministro, Han Zheng como vice-presidente, e Zhao Leji como presidente do comitê permanente do Parlamento.
O escritor e jornalista suíço Adrian Geiges, autor de uma biografia sobre o presidente, considera que Xi “realmente tem uma visão da China”. “Ele quer que a China se transforme no país mais poderoso do mundo”, declarou à AFP.
Embora a reeleição formal de Xi como chefe de Estado coroe a notável ascensão política de um funcionário público antes desconhecido para o grande público, Xi terá muitos desafios pela frente, como a desaceleração do crescimento, queda da taxa de natalidade, dificuldades no setor imobiliário e uma imagem internacional abalada. As relações com os Estados Unidos estão no pior momento em décadas, com várias disputas, que vão desde o status de Taiwan ao tratamento da minoria muçulmana uigur, passando pela rivalidade no setor de tecnologia.
Xi denunciou esta semana a “política de contenção, cerco e supressão contra a China” aplicada pelos “países ocidentais liderados pelos Estados Unidos”, o que provocou “desafios severos, sem precedentes, para o desenvolvimento do país”.