O dia 2 de abril é reconhecido como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, porque foi designado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de dezembro de 2007, por meio da resolução 62/139. A data foi escolhida para aumentar a conscientização sobre o autismo em todo o mundo e para promover a inclusão de pessoas com autismo na sociedade.
A escolha do dia 2 de abril foi feita pela organização Autism Speaks, que é uma das principais organizações internacionais de advocacia para pessoas com autismo. A data marca o início da campanha “Light It Up Blue” (Ilumine-o de Azul), que tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o autismo pelo mundo, com isso buscando combater o estigma e a discriminação que muitas vezes são enfrentados por pessoas com autismo e suas famílias. Muitas pessoas têm ideias preconcebidas sobre o autismo que não são baseadas em fatos ou na realidade da condição. Isso pode levar a mal-entendidos, isolamento social e exclusão da sociedade.
A conscientização sobre o autismo é fundamental para garantir que as pessoas com autismo recebam os serviços e apoios que precisam. Esses serviços podem incluir terapias comportamentais, apoio educacional e profissional, cuidados de saúde especializados e apoio emocional e social. Quando as pessoas conhecem mais sobre o autismo, elas estão mais propensas a apoiar o acesso a esses serviços e a defender por políticas públicas que ajudem a atender as necessidades das pessoas com autismo. Falar sobre o autismo é importante porque ajuda a promover a inclusão das pessoas com autismo na sociedade. Quando as pessoas compreendem melhor as necessidades e habilidades das pessoas com autismo, elas estão mais aptas a criar ambientes inclusivos e acolhedores em escolas, locais de trabalho e comunidades em geral. Isso ajuda a garantir que as pessoas com autismo tenham as mesmas oportunidades e possam viver suas vidas ao máximo.
O que está sendo feito no Brasil nos últimos anos
- Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista: Foi instituída em 2012, e tem como objetivo garantir a inclusão social e o acesso aos direitos das pessoas com autismo. A política prevê ações como a capacitação de profissionais para atendimento adequado, a promoção da educação inclusiva e a oferta de serviços de saúde especializados.
- Lei Berenice Piana (Lei 12.764/2012): Foi sancionada em 2012 e dispõe sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A lei estabelece diretrizes para a oferta de serviços públicos de saúde, educação, assistência social e segurança pública para pessoas com autismo.
- Programa Teacch: É uma iniciativa do Governo Federal, que visa promover a inclusão social e educacional de pessoas com autismo. O programa oferece capacitação para professores e profissionais de saúde, além de oferecer materiais pedagógicos específicos para o atendimento de pessoas com autismo.
- Associações e ONGs: Existem diversas organizações não-governamentais que atuam em defesa dos direitos das pessoas com autismo, promovendo a conscientização, oferecendo apoio a familiares e pessoas com autismo, além de pressionar por políticas públicas mais efetivas.
Em 2019, foi aprovado pelo Congresso Nacional um projeto de lei que incluía a realização de um censo específico para contabilizar as pessoas com autismo no Brasil. Esse projeto de lei foi sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas a realização do censo foi adiada por tempo indeterminado devido à pandemia de COVID-19.
No entanto, em março de 2021, o governo federal anunciou que não iria incluir a pergunta sobre autismo no Censo Demográfico 2021, que foi adiado para 2022. O Ministério da Economia justificou a decisão alegando que a inclusão de uma pergunta específica sobre autismo demandaria um esforço maior na coleta e processamento de dados, além de aumentar os custos do censo.
Apesar dessas iniciativas, ainda há muito a ser feito em relação ao autismo no Brasil. Muitas pessoas com autismo ainda enfrentam barreiras para o acesso a serviços de saúde, educação e inclusão social, o que leva a procurar meios judiciais para conseguir tratamento adequados.
Temos uma grande necessidade de conscientização e investimento em políticas públicas mais eficazes.
Modelo que nosso Governo poderia seguir seria o EUA, onde pesquisas são realizada, existem diversos levantamentos e pesquisas em andamento sobre o autismo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) é uma das principais fontes de informações sobre o autismo no país e realiza estudos epidemiológicos regulares para monitorar a prevalência da condição na população.
O CDC realiza o “Estudo de Monitoramento do Autismo e das Desordens do Desenvolvimento (ADDM)”, que avalia a prevalência do autismo em crianças de 8 anos de idade em diferentes regiões dos Estados Unidos. Os dados do ADDM são usados para monitorar as tendências no diagnóstico e na prevalência do autismo, além de informar a elaboração de políticas públicas e programas de saúde para essa população.
Além disso, existem várias organizações e instituições de pesquisa nos Estados Unidos que realizam estudos sobre o autismo em diversas áreas, como genética, neurociência, educação e tratamento. Esses estudos ajudam a compreender melhor o autismo e a desenvolver abordagens mais eficazes para apoiar as pessoas com a condição.
Algumas descobertas recentes incluem:
- Genética: Vários estudos recentes identificaram novos genes e variantes genéticas associados ao autismo, o que pode ajudar a entender melhor as causas da condição e desenvolver novos tratamentos. Um estudo publicado em 2021, por exemplo, identificou um novo gene associado ao autismo e outras condições neurológicas.
- Neurociência: Pesquisas de neuroimagem têm revelado diferenças no cérebro de pessoas com autismo em comparação com pessoas neurotípicas. Estudos recentes têm examinado como essas diferenças se relacionam com sintomas específicos do autismo e como a plasticidade cerebral pode ser usada para melhorar o tratamento.
- Intervenções educacionais: Pesquisas sobre intervenções educacionais para crianças com autismo têm mostrado que abordagens baseadas em evidências, como a terapia comportamental aplicada, podem ajudar a melhorar as habilidades sociais, de comunicação e acadêmicas dessas crianças. Estudos também têm avaliado a eficácia de tecnologias assistivas, como aplicativos de tablet, no apoio ao aprendizado.
- Tratamentos: Novos tratamentos e terapias estão sendo desenvolvidos para ajudar a aliviar os sintomas do autismo e melhorar a qualidade de vida das pessoas com a condição. Por exemplo, estudos recentes têm investigado o uso de estimulação magnética transcraniana (TMS) para ajudar a reduzir os sintomas do autismo em adultos.
Essas são apenas algumas das áreas de pesquisa em andamento nos Estados Unidos relacionadas ao autismo, e novas descobertas estão sempre sendo feitas. O objetivo dessas pesquisas é ajudar a entender melhor o autismo e desenvolver abordagens mais eficazes para apoiar as pessoas com a condição.
Por isso cada vez mais a comunidade brasileira de pais e cuidadores de autistas se organizam e meios de organizações, para cobrar politicas funcionais sejam implementadas e que realmente atenda as necessidades, sabemos que o caminho é longo e com muitas dificuldades, que está longe de ser o ideal, mais seguimos firmes na luta para futuro melhor.