A guerra que assola a Ucrânia há mais de um ano parece ter tomado um novo rumo, à medida que a violência ultrapassa as fronteiras do país. Nesta terça-feira (30), drones ucranianos atingiram bairros ricos de Moscou, enquanto Kiev foi alvo de ataques aéreos pelo terceiro dia consecutivo. Esses eventos trágicos, que alguns afirmam ser o ataque mais perigoso desde a Segunda Guerra Mundial, acendem um novo sinal de alerta na região. Vamos analisar os detalhes e as possíveis consequências desses acontecimentos.
Desde que a Rússia enviou tropas para a Ucrânia em fevereiro do ano passado, o conflito tem se desenrolado principalmente dentro das fronteiras ucranianas. No entanto, Moscou relatou anteriormente alguns ataques em seu território, alegando que um deles foi uma tentativa de assassinato contra o presidente Vladimir Putin. Agora, com os drones alcançando bairros luxuosos da capital russa, incluindo áreas onde Putin e a elite possuem residências, a guerra está cada vez mais perto de casa.
O Ministério da Defesa da Rússia afirma que oito drones ucranianos foram abatidos ou desviados antes de atingirem alvos civis, enquanto outros relatos sugerem que mais de 25 drones estavam envolvidos no ataque. Os ataques resultaram em dois feridos e a evacuação temporária de alguns edifícios residenciais em Moscou. Testemunhas relataram ouvir explosões e sentir o cheiro de gasolina, enquanto alguns filmaram a queda de um drone e a subsequente nuvem de fumaça.
O legislador russo Maxim Ivanov descreveu o ataque como o mais sério enfrentado por Moscou desde a Segunda Guerra Mundial, destacando que os russos não podem mais ignorar a “nova realidade”. Esses eventos alarmantes aumentam as tensões e a incerteza em uma situação já caótica. No início deste mês, dois drones explodiram sobre o Kremlin em um ataque atribuído à Ucrânia, que supostamente tinha como alvo o próprio Putin. Os legisladores russos alertam que esses atos de sabotagem e terrorismo provavelmente continuarão, exortando a um fortalecimento radical das defesas russas.
Por sua vez, o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak negou qualquer envolvimento direto nos ataques de drones de terça-feira, embora tenha declarado que estão “satisfeitos em assistir” e antecipam mais ações semelhantes. Esse impasse sangrento, que já perdura por grande parte de 2023, resultou em dezenas de milhares de mortes, milhões de deslocados, cidades reduzidas a escombros e um impacto devastador na economia global.
A Rússia tem como objetivo quebrar a vontade da Ucrânia e dominar seu território. Os ataques indiscriminados em Kiev têm como objetivo minar o moral do povo ucraniano. No entanto, o governo de Kiev afirma que suas defesas antimísseis Patriot, fornecidas pelos Estados Unidos, têm alcançado uma taxa de interceptação de 100%. Com isso, a Ucrânia está planejando uma contra-ofensiva apoiada por armas ocidentais para tentar expulsar as forças russas das regiões ocupadas.
Essa escalada de violência e as alegações de anexações russas têm aumentado a tensão entre a Ucrânia e o Ocidente. Os oponentes ocidentais rotulam essas ações como uma apropriação imperialista de terras. Enquanto isso, a Rússia já concedeu quase 1,5 milhão de passaportes russos a pessoas nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, que afirmam ter anexado. No entanto, essas ações não foram reconhecidas internacionalmente.
Com o presidente russo Vladimir Putin enfrentando acusações de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional, há especulações sobre sua participação em uma cúpula em agosto na África do Sul, onde autoridades teoricamente seriam obrigadas a prendê-lo. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu a essas especulações afirmando que a Rússia participará da reunião dos países do BRICS “no nível adequado”, deixando os detalhes para serem anunciados posteriormente.
Enquanto as tensões continuam a aumentar e a violência transborda as fronteiras, a possibilidade de uma resolução pacífica parece cada vez mais distante. Enquanto a Rússia acusa o Ocidente de apoiar o genocídio ao endossar o plano de paz ucraniano, a Ucrânia reitera que está determinada a defender seu povo e território com o apoio dos parceiros ocidentais. À medida que os confrontos se intensificam, é crucial que a comunidade internacional redobre seus esforços para buscar uma solução diplomática e impedir um maior derramamento de sangue na região.