Um músico americano, identificado como Michael Travis Leake, foi detido neste sábado, na Rússia, sob acusação de envolvimento com tráfico de drogas. De acordo com a agência de notícias Associated Press, o músico, que reside no país há mais de uma década, é acusado de vender mephedrone, uma substância que possui efeitos semelhantes aos da cocaína e do MDMA.
Segundo informações divulgadas pela AP, Leake enfrenta acusações de produção e distribuição de drogas, crimes que podem resultar em uma pena de até 20 anos de prisão, de acordo com a legislação russa. O músico é reconhecido como vocalista da banda Lovi Noch, conforme uma página no Instagram.
O Tribunal de Jurisdição Geral de Moscou também confirmou a identidade de Leake como um ex-paraquedista americano, conforme divulgado pela rede de TV CNN. Em um comunicado emitido pelo tribunal no aplicativo de mensagens Telegram, foi alegado que o americano está envolvido no comércio de narcóticos, atraindo jovens para essa atividade criminosa. O documento ressalta que Leake permanecerá sob custódia pelo menos até o dia 6 de agosto. O Departamento de Estado Americano afirmou estar ciente da prisão do músico.
A detenção de Leake ocorre em um momento delicado nas relações entre Washington e Moscou, em meio à escalada do conflito na Ucrânia. Outros incidentes recentes envolvendo a prisão de cidadãos americanos têm aumentado as tensões diplomáticas entre as duas potências militares. Em dezembro passado, a estrela do basquete americano Brittney Griner foi libertada após 10 meses de detenção, como resultado de um acordo negociado entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e as autoridades russas. Griner havia sido presa no aeroporto de Moscou por carregar dois cartuchos contendo óleo de haxixe destinados a um vaporizador. Em troca da sua libertação, Viktor Bout, um conhecido traficante de armas russo apelidado de “Mercador da Morte”, foi entregue às autoridades russas.
Além disso, outros dois cidadãos americanos encontram-se atualmente detidos na Rússia sob acusações de espionagem. Evan Gershkovich, um jornalista americano que estava trabalhando como correspondente para o The Wall Street Journal, foi formalmente acusado de espionar para os Estados Unidos, enfrentando uma possível pena de 20 anos de prisão. Gershkovich, filho de imigrantes russos nos EUA, nega veementemente as acusações, e o próprio The Wall Street Journal rejeita as alegações contra o seu funcionário. Essa prisão ocorre em um momento em que a Rússia intensifica a repressão à imprensa, especialmente desde o início do conflito na Ucrânia.
Outro americano detido na Rússia é Paul Whelan, ex-militar de 50 anos, condenado em 2020 por suposto espionagem em favor dos Estados Unidos. Um tribunal russo sentenciou Whelan a 16 anos de prisão. Detido por agentes do FSB em um hotel de Moscou em 2018, Whelan possui cidadania americana, britânica, canadense e irlandesa.
As prisões de cidadãos americanos na Rússia estão cada vez mais elevando as tensões entre as duas nações e ampliando a pressão diplomática em um contexto de conflitos geopolíticos e disputas internacionais. A situação dos detidos está sendo acompanhada de perto pelos governos envolvidos e pela comunidade internacional, que esperam por resoluções justas e adequadas para esses casos delicados.