O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a tomar uma decisão que terá um impacto significativo no setor bancário do Brasil. Com uma maioria formada, o corte está inclinado a enquadrar os bancos em uma ação movida pelo Ministério da Fazenda, com o pagamento de bilhões de reais em impostos federais. Embora o processo em análise envolva especificamente o Santander, sua repercussão será geral e afetará todas as instituições financeiras do país.
De acordo com estimativas divulgadas pelo Ministério da Fazenda, o impacto financeiro total pode chegar a impressionantes R$ 115 bilhões. Esse valor expressivo não apenas chama a atenção dos envolvidos diretos, mas também gera apreensão no setor financeiro como um todo. Afinal, uma decisão do STF que obrigue os bancos a realizar pagamentos dessa magnitude terá consequências de longo alcance.
Até o momento, seis ministros já se manifestaram a favor do governo, discordando do relator do caso, o ministro aposentado Ricardo Lewandowski. Além do voto divergente do ministro Dias Toffoli, os votos a favor foram dos ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Roberto Barroso e Nunes Marques. Essa maioria em favor do governo sinaliza que os bancos podem ter dificuldades em reverter a situação.
Mas, afinal, o que está em jogo nesse julgamento do STF? O cerne da questão diz respeito à cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a receita financeira dos bancos, incluindo juros. Esse debate remonta ao período de 2000 a 2014.
Os bancos argumentam que a lei que estabelecia essa cobrança durante o período analisado não possuía amparo constitucional, tornando os valores pagos indevidos. Por sua vez, a União defende que a cobrança é constitucional e deseja obrigar as instituições financeiras a pagarem os impostos devidos.
Vale destacar que desde 2014 existe uma lei (12.973/2014) que reconhece a legalidade dessa cobrança sobre a receita financeira. Portanto, o julgamento atual concentra-se no período posterior à promulgação dessa lei.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) discorda dos planos apresentados pelo Ministério da Fazenda. A entidade afirma ter realizado um levantamento próprio, que estima em R$ 12 bilhões o valor em julgamento no STF, tomando como base os dados de nove bancos.
Diante desse cenário, o setor bancário aguarda ansiosamente pela decisão final do STF, que terá longamente para as instituições financeiras do país. Caso seja confirmada a obrigatoriedade de pagamento dos tributos federais retroativos, os bancos enfrentarão desafios consideráveis para acomodar essas despesas em suas planilhas financeiras.
O impacto financeiro sobre os bancos poderia resultar em consequências para a economia como um todo. A possibilidade de redução de crédito disponível para empresas e consumidores, aumento nas taxas de juros ou até mesmo a necessidade de ajustes nas operações bancárias são algumas das preocupações levantadas pelos especialistas.