Argentina enfrentou uma onda de calor sem precedentes no início de março, com temperaturas que chegaram a níveis extremamente elevados, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) do país.
O centro-leste do país registrou temperaturas máximas médias entre 8 e 10 graus Celsius acima do normal nos primeiros 10 dias do mês, o que é surpreendente para esta época do ano, quando as temperaturas deveriam estar diminuindo à medida que o verão chega ao fim.
As altas temperaturas atingiram não apenas a Argentina, mas também o sul do Brasil e o Uruguai, onde a massa de ar quente e seco permaneceu por vários dias.
Em Buenos Aires, a capital da Argentina, a temperatura chegou a 41,1°C na terça-feira, 11 de março, a quarta temperatura mais alta já registrada na história da cidade.
Porto Alegre, no sul do Brasil, também está enfrentando altas temperaturas, com previsão de atingir até 44°C no próximo domingo, de acordo com o serviço de meteorologia MetSul. Até municípios da Serra Gaúcha, que é uma região conhecida por suas baixas temperaturas, podem atingir e ultrapassar a marca dos 40°C.
As altas temperaturas têm sido preocupantes, já que elas estão até 15°C acima do normal para esta época do ano e prolongam a estiagem, o que tem deixado 159 municípios gaúchos em estado de alerta desde novembro e causado prejuízos significativosà agricultura da região, especialmente na produção de grãos, frutas, hortigranjeiros e leite.
Além disso, o sistema elétrico está operando no limite, já que o maior uso de aparelhos de ar condicionado pode levar a crises de abastecimento e blecautes, como o que ocorreu em Buenos Aires na terça-feira, quando 11 bairros e cerca de 700 mil pessoas ficaram sem luz.
Incêndios florestais também podem começar com mais facilidade, como o que destruiu 37 mil hectares nas regiões de Paysandú e Río Negro, no Uruguai, nos primeiros dias de 2022.
A Defesa Civil dos locais afetados recomenda que a população evite sair no sol sem protetor solar, mantenha-se hidratada e procure permanecer em espaços ventilados.
Embora uma mudança no clima possa estar a caminho, com fortes chuvas previstas para a capital e província de Buenos Aires, as autoridades permanecem em alerta vermelho para a região, devido à persistência da onda de calor.