No primeiro dia de operações após a eleição do libertário Javier Milei, a Bolsa de Valores da Argentina experimentou um significativo aumento de mais de 20%.
Os investidores reagiram às mudanças políticas, impulsionando o índice S&P Merval de Buenos Aires para 779.348,90 pontos às 11h03 (horário de Brasília).
O setor de energia liderou os ganhos, refletindo os ajustes de preços pós-feriado.
O peso argentino, entretanto, registrou uma queda de 0,59%, sendo negociado a 356,10 por dólar nas primeiras transações do dia.
O Banco Central interveio para regular a liquidez do mercado.
A influência da vitória de Milei também se estendeu aos mercados externos, com ações de empresas argentinas listadas nos Estados Unidos apresentando ganhos de até 40%, notadamente a petrolífera YPF.
Em resposta aos desdobramentos políticos, a Argentina estendeu um benefício até 10 de dezembro para o complexo exportador, proporcionando uma taxa de câmbio preferencial.
A medida visa incentivar os negócios e fortalecer as reservas do país, utilizando parte das divisas obtidas com as vendas.
Javier Milei, durante sua campanha, comprometeu-se com a dolarização da economia e a eliminação do Banco Central para enfrentar desafios como a inflação anual elevada, o crescente déficit fiscal e o aumento da pobreza.
O mercado reagiu também ao endividamento do governo, com uma alta de 4,2% no mercado local, especialmente em emissões denominadas em dólares, após os títulos terem registrado ganhos nos Estados Unidos.
Apesar das incertezas, o risco país, medido pelo JP Morgan, apresentou uma redução de 0,47 pontos percentuais, atingindo 2.199 unidades às 11h45 (horário de Brasília).
O novo governo, que assumirá em dezembro, enfrentará desafios como a possibilidade de uma inflação que ultrapasse 180% neste ano, um considerável déficit fiscal e reservas reduzidas no Banco Central.
