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Ditador Maduro é recebido com pompa pelo governo brasileiro em visita surpresa

O ditador venezuelano Nicolás Maduro desembarcou na noite de domingo em Brasília com os objetivos de se reunir com o Luiz Inácio Lula da Silva e participar de uma cúpula na terça-feira (30) com dez chefes de Estado da América do Sul. O Palácio do Planalto surpreendeu a todos ao decidir, de última hora, concedeu um tratamento oficial à visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil. Inicialmente, estava prevista apenas a participação de Maduro na reunião de presidentes dos países da América do Sul, agendada para esta terça-feira, no Palácio do Itamaraty. No entanto, com essa mudança, o líder venezuelano receberá as honras de um chefe de Estado, incluindo a subida à rampa do Palácio do Planalto, visita às tropas, fotografia oficial, cumprimento das delegações e um almoço ou jantar no Palácio do Itamaraty.

De acordo com as regras cerimoniais de visitas oficiais ao governo brasileiro, Nicolás Maduro terá uma série de compromissos nesta segunda-feira. Ele terá uma reunião privada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguida por uma reunião ampliada, com a participação de membros dos dois governadores, e uma declaração conjunta à imprensa. Posteriormente, o ditador venezuelano será atendido no Palácio do Itamaraty, onde desfrutará de um almoço oferecido em sua homenagem.

Vale ressaltar que esta é a primeira visita de Maduro ao Brasil desde 2015, quando esteve presente na posse da então presidente Dilma Rousseff. No entanto, apesar de sua chegada ao território brasileiro ter ocorrido no domingo à noite, uma extensa agenda cerimonial não estava prevista até então. Tanto o Palácio do Planalto quanto o Itamaraty não forneceram informações sobre os motivos dessa mudança repentina, deixando a todos curiosos sobre os bastidores políticos que levaram a essa decisão.

Entretanto, a repercussão da visita de Maduro ao Brasil tem sido amplamente negativa, com políticos e analistas expressando duras críticas. A retomada da relação entre os dois países foi classificada como um retrocesso, uma vez que, em 2019, o Brasil sob a liderança de Jair Bolsonaro rompeu relações com a Venezuela após denúncias de fraudes nas eleições venezuelanas e impediu a entrada de Maduro em solo brasileiro .

O senador Sergio Moro, do partido União-PR, destacou como “honras de Estado” dispensadas ao ditador pelo governo Lula e questionou se o presidente irá cobrar de Maduro o restabelecimento da democracia e dos direitos humanos na Venezuela. Para o deputado Carlos Jordy, do partido PL-RJ, a visita de Maduro é um símbolo de retrocesso e desrespeito às vítimas do regime venezuelano, ressaltando que essa aproximação apenas fortaleceu a ditadura comunista.

O antropólogo Flávio Gordon, colunista do jornal Oeste, observou que Maduro está proibido de entrar em vários países, mas, no Brasil, os militares brasileiros estão protegendo ele por ordem do governo aliado. Essa proteção ao ditador e narcotraficante desperta questionamentos sobre a posição do Brasil perante a comunidade internacional.

Além disso, as críticas foram direcionadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que impuseram a censura durante a campanha eleitoral do ano passado a qualquer associação entre Lula, Maduro e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. A deputada Bia Kicis, do partido PL-DF, enfatizou a seletividade dessa censura, enquanto o analista político Leandro Ruschel afirmou a brutalidade do governo de Maduro e a tristeza que reina na Venezuela nas mãos da ditadura e contrapõem a recepção calorosa que ele recebeu do governo brasileiro.

Dados do Observatório das Migrações Internacionais apontam que cerca de 400 mil venezuelanos fugiram de seu país para o Brasil desde 2017 devido à pobreza e repressão política que compõe o cenário da ditadura de Maduro, sucessor político de Hugo Chávez (1954_2013). A maioria deles foi recebida na Operação Acolhida que foi criada em março de 2018, a operação é a resposta do governo brasileiro ao grande fluxo migratório proveniente da República Bolivariana da Venezuela, devido à crise política, econômica e social. É baseada em três pilares: Ordenamento da Fronteira, Abrigamento e Interiorização.

Diante desse cenário, uma recepção oficial concedida a Maduro pelo Palácio do Planalto representou um ponto de inflexão nas relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, gerando polêmicas e críticas acaloradas. Resta aguardar quais serão as surpresas dessa visita e as consequências que ela assumiu para a política interna e as relações exteriores do Brasil.

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