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Assassinato de Policial Militar no Guarujá Revela a Fragilidade do Sistema de Segurança

Sérgio Pereira, um policial militar aposentado de 52 anos, foi brutalmente assassinado a tiros no Guarujá, litoral paulista. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime, que levou as autoridades a mobilizarem equipes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) para identificar os criminosos responsáveis.

O Secretário de Segurança Pública e Deputado Federal, Guilherme Derrite (PL), mais conhecido como Capitão Derrite, confirmou a presença da Rota no local por meio de uma publicação em seu perfil no Twitter. Derrite expressou sua crença de que a morte do policial seja um reflexo do “baixo efetivo da PM”, mas enfatizou que essa situação será resolvida assim que os policiais em formação estiverem aptos.

Até o fechamento desta reportagem, nenhum suspeito havia sido capturado. A investigação está em andamento para esclarecer os detalhes do crime e identificar os responsáveis.

O crime ocorreu durante a manhã desta terça-feira (6), quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra o policial aposentado em uma feira localizada na Rua Joana de Menezes Faro, no bairro Sítio Paecara. Apesar de ter sido prontamente socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Santo Amaro, a vítima não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.

Em um áudio que está circulando na internet um familiar dá a noticia do momento em que policial aposentado morre. “Gente ele acabou de falecer, eu não sei como eu vou falar isso pro meu filho, ele acabou de falecer, todos os tiros pegaram nele, ele foi alvejado” diz o familiar com voz de choro. O policial foi assassinado no dia do seu aniversário.

A Prefeitura de Guarujá emitiu uma nota informando que o policial foi atingido no tórax, abdômen e perna esquerda, sendo socorrido em estado grave. Essa mesma rua já foi palco de um incidente similar no dia 25 de maio, quando outro policial militar aposentado foi baleado. Naquela ocasião, dois criminosos atiraram contra o agente e roubaram sua arma.

Esse contexto de violência recorrente, causa uma grande preocupação na sociedade e evidencia a importância de investimentos em segurança pública. A falta de efetivo policial é um desafio que precisa ser enfrentado para garantir a proteção da população. A presença da Rota no Guarujá é um começo, mas as autoridades precisam fazer muito mais, repensar estratégias usadas atualmente, porque a segurança na cidade do Guarujá esta ficando cada dia mais preocupante.

O vídeo abaixo exibe indivíduos portando armas, incitando as forças policiais a se envolverem em um confronto, demonstrando destemor e orgulho em relação às suas ações, assista:

Existem testemunhos de policiais que manifestam receio em desempenhar suas funções por temerem possíveis represálias por parte de criminosos ou, até mesmo, dentro das fileiras da corporação policial. A falta de efetivo da Polícia Militar no Guarujá e carência de estruturas que possibilitem uma melhor eficiência no trabalho da PM refletem diretamente na insegurança e sensação de impunidade sentidos pela população da cidade. Atualmente, vivenciamos uma conjuntura em que o número de policiais aposentados supera o ingresso de novos profissionais na corporação. Nos últimos dois concursos, apenas 800 policiais foram efetivamente formados.

A morte do policial militar no litoral de SP é mais um triste exemplo das consequências dessa realidade. A falta de investimentos adequados na segurança pública, incluindo o efetivo policial, compromete diretamente a capacidade de combater o crime e proteger a sociedade. Enquanto as autoridades reforçam a importância de formar novos policiais aptos, fica evidente que as deficiências no sistema estão permitindo que criminosos ajam impunemente.

É injusto e inaceitável que os profissionais que arriscam suas vidas para garantir a segurança de todos não recebam o suporte necessário. A ausência de recursos, como equipamentos modernos, viaturas adequadas e treinamentos constantes, coloca em risco a vida dos policiais e a eficiência das operações. É preciso entender que a segurança pública é uma responsabilidade coletiva, e o Estado deve fornecer as condições adequadas para que a Polícia Militar possa desempenhar seu papel de forma eficaz.

Além disso, a falta de apoio social à polícia é alarmante. Enquanto a população clama por segurança, há uma tendência de se criticar ações policiais, mesmo quando estas são necessárias para conter a criminalidade. Essa postura contraditória cria um ambiente desfavorável para os policiais, desmotiva o trabalho árduo que realizam diariamente e prejudica a imagem da instituição como um todo.

É fundamental reconhecer e valorizar o trabalho da polícia, apoiando suas ações legítimas e cobrando do sistema a punição adequada para os criminosos. A segurança pública não pode ser tratada como um mero discurso vazio. É necessário um esforço conjunto da sociedade e do Estado para garantir que os responsáveis pelos crimes sejam identificados, julgados e punidos de acordo com a lei.

A segurança é um direito de todos, mas também é uma responsabilidade compartilhada. Não podemos exigir resultados efetivos sem fornecer os recursos e o apoio necessários àqueles que dedicam suas vidas a proteger a sociedade. É preciso romper com a inércia e garantir que a polícia tenha o suporte adequado para cumprir sua missão, e que os criminosos sejam responsabilizados por suas ações, proporcionando assim a tão almejada segurança para todos.

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