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Dezembro e Início de 2024 Prometem Efeitos Extremos do El Niño no Clima Global

Pesquisadores Alertam para Agravamento do Calor, Tempestades e Riscos à População no rastro do que já se configura como o ano mais quente da história, as projeções climáticas apontam para um cenário ainda mais preocupante.

Cientistas especializados afirmam que dezembro trará condições climáticas mais quentes e secas em comparação aos últimos meses, com temperaturas extremas que se estenderão para o início de 2024.

A responsabilidade recai, como previsto, na intensificação dos efeitos do El Niño, fenômeno associado ao aquecimento das águas do oceano Pacífico.

As conclusões emanam da comunidade científica da Academia Brasileira de Ciências (ABC), destacadas durante a recente conferência “Crise Climática e Desastres como Consequência do El Niño 2023-2024: Impactos Observados e Esperados no Brasil”, realizada em 16 de novembro.

Os cientistas da ABC alertam para um significativo aumento da seca, especialmente no centro da Amazônia e no interior do semiárido, regiões já impactadas pela estiagem relacionada ao El Niño.

Esses efeitos se somam às adversidades causadas pelas mudanças climáticas recentes, que têm elevado as temperaturas acima das expectativas nos últimos anos.

“O que esperamos nas projeções futuras, que estão convergindo mais, é que teremos mais El Niños extremos, com aumento da magnitude desses eventos fortes como estamos vendo agora”, destaca Regina Rodrigues, professora de oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP, complementa afirmando que os eventos climáticos estão se tornando mais extremos e frequentes em meio às mudanças climáticas.

Os desafios climáticos que o Brasil enfrenta são agravados pela chegada de tempestades e ondas de calor, colocando em risco parte significativa da população que reside em áreas vulneráveis.

Com mais de 3.000 quilômetros quadrados de áreas propensas a desastres climáticos, o Brasil figura entre os dez países mais impactados por deslizamentos de terra.

Os cientistas enfatizam a necessidade de criar protocolos eficazes para lidar com períodos de intensas chuvas, incluindo a construção de reservatórios de água e a implementação de ações para relocar populações de áreas de risco antes da chegada de tempestades.

Chou Sin Chan, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), alerta sobre a imprevisibilidade crescente do fenômeno El Niño: “Estamos entrando em território desconhecido. Nenhum El Niño é igual a outro, mas o que temos notado é que esse fenômeno tem se alterado. E há uma variabilidade maior. Os picos mínimos e máximos estão mais amplos.”

Nos últimos três meses, o planeta testemunhou uma série intensa de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, incêndios e inundações, agravados pelo contínuo aquecimento global.

Julho e agosto de 2023 foram marcados como os meses mais quentes já registrados, segundo o Observatório Europeu Copernicus (EMS), consolidando a perspectiva de 2023 como o ano mais quente da história.

O verão boreal de 2023 quebrou recordes de temperatura, afetando áreas como a Índia, Japão, Mediterrâneo e América do Norte.

Contrariando a sazonalidade, o inverno australiano foi notavelmente ameno, registrando a temperatura média mais alta já documentada.

Os oceanos atingiram temperaturas recorde em agosto, impactando a biodiversidade e comprometendo a capacidade de absorção de CO₂, alimentando o ciclo vicioso do aquecimento climático.
Incêndios Devastadores:

Incêndios de grandes proporções atingiram o Havaí, Canadá e Grécia, causando perdas humanas e ambientais significativas.

A temporada de monções na Ásia resultou em inundações letais, evidenciando a dualidade de eventos climáticos extremos.

Este período de eventos climáticos intensos reforça a urgência de ações globais para enfrentar as mudanças climáticas e se adaptar a um novo padrão de extremos meteorológicos.

O ano de 2024 se desenha como um desafio adicional, com a intensificação dos efeitos do El Niño projetando um futuro climático ainda mais incerto.

 

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