Nesta semana, os principais bancos estatais da China entraram em ação nos mercados de câmbio, vendendo dólares americanos para comprar yuan, em um esforço para conter a desvalorização contínua da moeda chinesa. De acordo com fontes que têm conhecimento direto do assunto, essa medida busca desacelerar a desvalorização do yuan, que já acumulou uma queda de 2,4% em relação ao dólar desde o início deste mês e 6% no acumulado do ano.
Embora os bancos estatais estejam envolvidos em atividades de negociação por diversas razões, eles frequentemente seguem as diretrizes do banco central chinês, especialmente quando o yuan sofre pressões no mercado cambial. O objetivo declarado dessa intervenção é impedir que a depreciação da moeda chinesa se torne persistente.
“A venda do dólar por parte dos bancos estatais para sustentar o yuan se tornou uma prática habitual, adotada como uma estratégia para controlar a depreciação da chinesa”, afirmou um trader com base em Xangai. Essa estratégia não apenas tem sido aplicada no mercado onshore, mas também foi observada nas filiais offshore dos bancos estatais durante os horários comerciais em Londres e Nova York.
O cenário econômico que envolve essa ação não pode ser ignorado. O yuan tem enfrentado desafios consideráveis, refletindo uma disparidade crescente no diferencial de rendimento entre a China e os Estados Unidos. Além disso, preocupações crescentes sobre o desempenho econômico da China e os riscos associados aos setores imobiliário e bancário paralelo afetaram o valor da moeda.
A falta de vigor na recuperação econômica chinesa tem decepcionado os investidores, que esperavam mais ações de estímulo por parte do governo. Paralelamente, o Banco Popular da China (PBOC) tem adotado medidas de política monetária mais flexíveis para estimular a economia, o que, por sua vez, exerce pressão adicional sobre o yuan, em virtude das virtudes decorrentes da redução das taxas de juros.
Uma das questões centrais que emergem desse cenário é a relação entre as diferenças de rendimento da China e dos EUA, que atingiram o ponto mais alto em 16 anos durante esta semana. Especulações sobre mais relaxamento na política monetária por parte do PBOC após um inesperado corte nas taxas têm circulado nos mercados, alimentando a reflexão quanto ao futuro do yuan e levantando questões sobre a estabilidade da moeda.
Nos últimos períodos, observadores atentos ao mercado notaram as autoridades chinesas trabalhando ativamente para mitigar a desvalorização do yuan. O BPC tem mantido uma fixação da moeda mais forte do que a expectativa do mercado, enquanto os bancos estatais têm continuado a vender dólares em repetidas ocasiões.
A abordagem empregada agora lembra uma tática semelhante integrada em setembro de 2022, quando o BPC também convocou os principais bancos estatais para vender dólares e adquirir yuan em mercados offshore, com o objetivo de conter a queda da moeda chinesa.
Em julho, uma estratégia adicional foi empregada pelo banco central, ao permitir que empresas chinesas obtivessem mais empréstimos no exterior. Isso possibilitou a entrada de moeda estrangeira no país, confiante para o suporte ao yuan. No entanto, as taxas de juros relativamente mais altas atribuídas aos empréstimos no exterior têm limitado a eficácia dessa medida, enfraquecendo seu impacto global.
Uma estratégia que parece ter surtido efeito nos últimos tempos foi a redução das ofertas de empréstimos denominados em yuan no mercado offshore de Hong Kong. Esse movimento, combinado com um aperto na moeda da moeda, contribuiu para a limitação do declínio do yuan durante esta semana.
Apesar da volatilidade no mercado cambial chinês, é importante notar que a abordagem adotada pelas autoridades chinesas reflete uma mentalidade em conter a desvalorização do yuan e manter a estabilidade financeira. Enquanto o panorama global permanece incerto, os observadores do mercado continuarão a monitorar atentamente as ações do PBOC e dos bancos estatais em busca de pistas sobre os rumores futuros da moeda chinesa e seu impacto nos mercados internacionais.