O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, prestou depoimento nesta terça-feira (16) sobre a inserção de dados falsos de vacinação em seu nome no sistema do Ministério da Saúde. A investigação foi iniciada em 2022, durante o mandato de Bolsonaro na Controladoria-Geral da União (CGU), e encaminhada à Polícia Federal para apuração de possíveis ilícitos penais.
Durante o depoimento, Bolsonaro esclareceu que não tem conhecimento sobre a inserção de dados falsos de vacinação em seu nome e que a comunicação autorizando a divulgação do seu cartão de vacina foi realizada por telefone com o ex-ministro da CGU, Wagner Rosário. Ele também negou ter emitido qualquer certificado de vacinação em seu nome e não sabe quem teria acessado o aplicativo ConecteSUS e emitido o certificado com dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome.
Bolsonaro afirmou que Mauro Cesar CID administrava sua conta no aplicativo ConecteSUS até a data de 22/12/2022, mas negou ter solicitado a ele ou a Marcelo Câmara, seu assessor, que acessasse o aplicativo ConecteSUS e emitisse o certificado com dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome. Ele também esclareceu que a alteração cadastral em sua conta do sistema “GOV.BR” foi realizada para passar o controle de acesso do sistema ao seu novo assessor, Marcelo Câmara.
Bolsonaro foi questionado sobre a participação de João Carlos de Sousa Brecha, secretário de governo de Duque de Caxias, na inserção de dados falsos de vacinação em seu nome no sistema do Ministério da Saúde, mas afirmou não ter a menor ideia do motivo de Brecha ter realizado as inserções falsas em seu nome. Ele também foi questionado sobre a participação de Mauro Cesar Cid e Ailton Gonçalves Barros, e deixa claro que não tem conhecimento sobre a participação dos dois na inserção de dados falsos em seu nome, e que se isso ocorreu foi sem o seu consentimento.
Com base no depoimento apresentado, não é possível concluir a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro ou de seus assessores no caso de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em seu nome. O ex-presidente nega ter solicitado a emissão do certificado de vacinação com dados falsos e não sabe informar quem teria acessado o aplicativo ConecteSUS e emitido o referido certificado. O depoimento também indica que o ex-presidente estava viajando para os Estados Unidos na data em que o certificado foi emitido e que o IP utilizado para acessar o aplicativo pertence à Presidência da República. No entanto, o depoimento levanta questões sobre a participação de outras pessoas, como Ailton Gonçalves Barros, Mauro Cesar CID e João Carlos de Sousa Brecha, no caso de inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Saúde.
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