Nesta quinta-feira, o senador Marcos do Val, do Podemos-ES, se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação resultou no bloqueio das contas do senador nas redes sociais e na apreensão de objetos pessoais em endereços relacionados a ele. O caso provocou reações controversas entre governistas e oposição, gerando um embate político de grandes proporções.
Os governistas não perderam tempo em zombar do senador Marcos do Val, aproveitando-se da ação da PF. O senador Randolfe Rodrigues, em uma mensagem no Twitter, ironizou a situação ao perguntar se estava ocorrendo uma operação da Swat. Já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acusou o senador de participar de um plano para grampear e incriminar o ministro Alexandre de Moraes, além de fechar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dar um golpe de Estado. A oposição, por sua vez, não perdeu a oportunidade de criticar o senador, como o deputado Lindbergh Farias afirmando que “caiu a casa” de Marcos do Val, acusando-o de tentar armar contra Alexandre de Moraes e planejar um golpe contra a democracia.
O caso ganhou destaque não apenas pelas acusações e contra-acusações, mas também pelo fato de o ministro Alexandre de Moraes ter avançado contra um senador, deixando a Casa em alerta. Até então, Moraes havia enfrentado principalmente a Câmara dos Deputados, mas nunca o Senado. Alguns senadores consideraram que Moraes “cruzou a linha” ao realizar a ação, uma vez que o Senado é a única Casa com poderes constitucionais para frear o Judiciário.
É importante ressaltar que, historicamente, o Senado tem sido reticente em cassar mandatos de senadores. Desde a Constituição de 1988, apenas três senadores foram cassados, sendo que dois deles acabaram presos. Essa constatação reforça a relevância da situação envolvendo o senador Marcos do Val, que além de ser alvo de ação da PF, também faz parte da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro.
Diante desse cenário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, encontra-se diante de um desafio considerável. A omissão habitual do presidente em questões delicadas e sua postura frente aos poderes do Judiciário têm gerado questionamentos sobre como ele lidará com essa situação, especialmente se o ministro Alexandre de Moraes decidir acatar o pedido da Polícia Federal e ordenar a prisão do senador Marcos do Val, que atualmente se encontra no Espírito Santo.