Japão anuncia restrições na venda de equipamentos de fabricação de chips para o exterior, em uma medida que visa controlar a exportação de tecnologia chave para a China. As novas regras, que entrarão em vigor em julho, incluem a necessidade de procedimentos mais rigorosos para exportar para cerca de 160 destinos, como a China, enquanto 42 territórios, incluindo os Estados Unidos, Coreia do Sul e Taiwan, são reconhecidos pelo Japão como tendo controles de exportação adequados.
De acordo com Yasutoshi Nishimura, ministro da economia, comércio e indústria do Japão, as novas medidas visam impedir que os equipamentos sejam desviados para uso militar. Todas as exportações para países não formalmente reconhecidos agora precisarão de aprovação do Ministério do Comércio do Japão.
Essa medida segue uma série de limitações promovidas nos últimos meses para reprimir as vendas de equipamentos de fabricação de chips para a China, como parte de um esforço internacional coordenado liderado por Washington. Os Estados Unidos proibiram empresas chinesas de comprar chips avançados e equipamentos de fabricação de chips sem licença em outubro passado. A Holanda também anunciou novas restrições às vendas no exterior de tecnologia de semicondutores no início deste mês, citando a necessidade de proteger a segurança nacional.
O Japão abriga vários produtores de equipamentos de fabricação de chips, incluindo a Nikon e a Tokyo Electron. As ações das empresas em Tóquio tiveram pouca mudança na sexta-feira, e as empresas se recusaram a comentar. Analistas da Jefferies avaliaram as possíveis consequências do controle de exportações do Japão para a China, observando que a Nikon “não antecipa um grande impacto” e que para a Tokyo Electron, com o endurecimento das restrições, também é “improvável que exista um impacto adicional significativo, desde que não ultrapassem as sanções dos Estados Unidos”.
A China criticou fortemente as restrições às exportações de tecnologia, afirmando que “se opõe firmemente” a tais medidas. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, também criticou a mais recente medida do Japão. “Armar questões econômicas, comerciais e tecnológicas para desestabilizar deliberadamente a cadeia industrial global só prejudicará a si próprio e aos outros”, disse ele em uma coletiva de imprensa na sexta-feira.