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Ciclone no Rio Grande do Sul provoca tempestades e alagamentos

Ciclone Extratropical no Rio Grande do Sul: tempestades causam inundações, bloqueio de estradas, cancelamento de voos e falta de energia elétrica e as rajadas de vento fortíssimas.

Em algumas cidades, choveu pelo menos 200 milímetros em 24 horas.

Cerca de 460 mil pontos estão sem eletricidade e a água invadiu residências, hospitais e universidades.

Um ciclone extratropical chegou à costa da Região Sul do Brasil nesta quinta-feira (15) e causou tempestades e ventos fortes no Rio Grande do Sul durante a madrugada desta sexta-feira (16).

Diversas cidades do estado relataram inundações, estradas bloqueadas, voos cancelados e falta de energia elétrica. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros registraram uma morte e dois desaparecimentos.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), orientou os moradores a permanecerem em casa.

Até o momento, não há informações sobre feridos ou mortos.

No entanto, um homem desapareceu em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza de um riacho durante a madrugada.

Em Santa Catarina, o ciclone causou deslizamentos na noite de quinta-feira em Praia Grande, na região Sul do estado, e em Joinville e São Francisco do Sul, na região Norte.

Segundo a Climatempo, um ciclone extratropical ocorre em uma área de baixa pressão atmosférica e se forma devido à grande variação de temperatura, condição vivenciada pelos gaúchos nos últimos dias.

Os ventos giram em um círculo completo no sentido horário no Hemisfério Sul.

Esse processo de formação próximo ao continente pode resultar em várias horas consecutivas de chuva, com grandes acumulados que podem causar enchentes, saturação do solo e deslizamentos de terra, explica a meteorologista Josélia Pegorim.

O prefeito de Maquiné fez um apelo após as inundações e as fortes chuvas, pedindo às pessoas que saiam de suas casas. O prefeito de Porto Alegre também pediu aos moradores que evitem se deslocar.

O Hospital de Capão da Canoa ficou inundado, com a água entrando pelas janelas.

Em Tramandaí, no litoral gaúcho, foram registradas rajadas de vento de 100 km/h.

Em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, choveu cerca de 200 milímetros nas últimas 24 horas.

A Defesa Civil emitiu um alerta para as regiões da Serra, Litoral Norte e Região Metropolitana de Porto Alegre devido à possibilidade de enchentes nos rios Caí, Paranhana e Sinos.

De acordo com as concessionárias de energia elétrica do Rio Grande do Sul, Rio Grande Energia (RGE) e Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), há pelo menos 460 mil pontos sem luz no estado.

Pelo menos 14 cidades do estado enfrentam problemas devido às chuvas nesta sexta-feira, são elas: Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Novo Hamburgo, Caraá, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Capão do Canoa, Torres, São Leopoldo, Tramandaí, Maquiné, Caxias do Sul e Sapiranga.

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar estão mobilizadas para prestar assistência às comunidades mais afetadas.

Em Porto Alegre, aproximadamente 20 pontos de ruas e avenidas estão com o trânsito prejudicado devido a alagamentos e quedas de árvores.

Moradores da capital gaúcha relataram ventos fortes e interrupções no fornecimento de energia nas redes sociais.

Na Região Norte da cidade, carros ficaram ilhados ao tentar atravessar um trecho da Rua Voluntários da Pátria.

O mesmo ocorreu na Avenida Getúlio Vargas, no Centro, que ficou completamente alagada.

A Rua Joaquim Nabuco, também no Centro, teve o tráfego interrompido devido a uma árvore caída. A prefeitura trabalha para remover a árvore e restabelecer o trânsito.

Situação semelhante ocorreu em um trecho entre as ruas da República, Lima e Silva e João Pessoa, onde uma árvore caída prejudicou o fluxo de veículos.

Na Avenida Bento Gonçalves, no bairro Humaitá, uma árvore caiu em cima de um carro, interditando o sentido Porto Alegre-Viamão. Felizmente, ninguém ficou ferido.

As chuvas danificaram parte do prédio onde está localizada a faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Centro.

O salão nobre e a biblioteca foram inundados, e funcionários e alunos usaram lonas e baldes para minimizar o problema.

Em Maquiné, no Litoral Norte, o prefeito fez um apelo nas redes sociais para que as pessoas deixem suas casas, pois várias famílias estão ilhadas.

A mesma orientação foi dada pelo prefeito de Porto Alegre.

Em Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a água inundou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e os pacientes tiveram que ser resgatados com o uso de botes.

Em Santo Antônio da Patrulha, na Região Metropolitana, mais de 70 pessoas, incluindo 50 idosos de uma casa de acolhimento, precisaram deixar suas casas devido à chuva.

Eles foram levados para um abrigo. Os bairros mais afetados são Jaú e Pitangueiras.

Em Novo Hamburgo, também na Região Metropolitana, há relatos de casas e ruas alagadas, de acordo com a Defesa Civil.

Em Caraá, também na Região Metropolitana, os rios dos Sinos e Caraá transbordaram, causando inundações.

O mesmo ocorreu com o Rio Três Forquilhas, na cidade de Três Forquilhas, no Litoral, onde transbordou, bloqueando estradas e deixando moradores da localidade de Morro do Chapéu ilhados.

No Litoral, em Três Cachoeiras, a cabeceira da ponte da ERS-494, no limite com Morrinhos do Sul, foi derrubada pela força da água.

O temporal alagou pontos da cidade, bloqueando o tráfego de veículos.

Em Morrinhos do Sul, também no Litoral, 11 pessoas ficaram ilhadas devido à chuva e precisaram ser resgatadas pelos bombeiros. Elas foram encaminhadas para casas de parentes.

Em Capão do Canoa, também no Litoral, a água da chuva invadiu o Hospital Santa Luzia, que precisou restringir completamente os atendimentos.

A direção do hospital orientou os pacientes a procurarem outras unidades de saúde.

Em Torres, no Litoral, as aulas em todas as escolas foram suspensas devido ao temporal. O Corpo de Bombeiros informou que há pessoas ilhadas no bairro Itapeva e em pontos afastados do Centro.

Também há relatos de pontos de alagamento e árvores caídas.

As aulas nas escolas de São Leopoldo, na Região Metropolitana, também foram suspensas devido às chuvas intensas. A Defesa Civil local informou que o acumulado de chuva nas últimas 24 horas chega a 200 milímetros.

Em Caxias do Sul, a Defesa Civil isolou uma casa na Rua Vitória, no bairro Cânyon, devido ao risco de deslizamentos.

A família que mora no local precisou deixar a residência.

Além disso, foram entregues 40 metros de lona para os moradores do bairro Vila Ipê, que serão utilizados para reparar os telhados das casas.

No Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, pelo menos 11 voos foram cancelados devido aos fortes ventos.

Até as 4h desta sexta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) registraram ocorrências nos seguintes trechos:

BR-470, Salvador do Sul: ambos os sentidos bloqueados devido a quedas de barreiras no km 260.

BR-116, Caxias do Sul: rodovia totalmente bloqueada devido a uma árvore caída sobre a pista no km 162.

ERS-422, Venâncio Aires: trecho que passa pela localidade de Vila Deodoro totalmente bloqueado devido a um deslizamento de terra.

RS-446, Carlos Barbosa: rodovia totalmente bloqueada devido a um deslizamento de terra no km 11.

RS-453, Farroupilha: trânsito prejudicado entre a cidade e Garibaldi devido à queda de uma árvore.

RS-122, São Vendelino: uma das pistas interditada no trecho entre a cidade e São Sebastião do Caí devido a um deslizamento de terra.

A previsão do tempo para o Rio Grande do Sul indica que as chuvas devem persistir ao longo do dia de sexta-feira, com possibilidade de temporais, ventos fortes e queda de granizo em algumas regiões.

A Defesa Civil e os órgãos de segurança seguem monitorando a situação e prestando assistência às comunidades afetadas.

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