Em uma reviravolta no cenário cambial, o dólar à vista fechado em seu menor valor frente ao real em mais de um ano, após os investidores reagirem à decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, de elevar novamente a taxa de juros nos Estados Unidos. Esta medida do Fed, após uma pausa no ciclo de alta de juros na última reunião, provocou um impacto direto no mercado doméstico e trouxe à tona novas perspectivas para a economia global.
O Fed elevou o juro em 0,25 ponto percentual, situando-o no intervalo entre 5,25% e 5,50%, levando o dólar a fechar em queda de 0,5% no mercado doméstico, negociado a R$ 4, 72 para venda – a menor cotação desde o fim de maio de 2022. Enquanto isso, lá fora, o Dollar Index (DXY) registrou uma queda de 0,4%, ficando abaixo dos 101 pontos.
Jerome Powell, presidente do Fed, discursou após a divulgação da decisão de política monetária, afirmando que não espera que o banco central reduza as taxas de juros este ano e ainda espera que a economia volte a um equilíbrio melhor sem grandes danos. Essas declarações de Powell refletem um Fed ainda comprometido com sua meta de sobrevivência, mas também demonstram que ainda há um longo caminho até alcançar o objetivo de 2%.
Para Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Banco Braza, as falas de Powell indicam que o Fed continua comprometido com a meta de captura, mas o caminho até o alcance do objetivo ainda é incerto. O aperto já está surtindo efeito em alguns setores, porém novas altas nas taxas de juros podem ser adotados, sempre prescritos em dados médicos, o que torna essa uma decisão a ser tomada de reunião em reunião.
A alta de juros, embora esperada, representa a maior taxa de juros em 22 anos nos Estados Unidos, o que chamou a atenção dos mercados. Com 11 votos a favor da alta de juros e nenhum contrário, o mercado percebe a clareza do tom do Fed e já começa a se preparar para a possibilidade de mais aumentos no futuro.
O reflexo dessa decisão do Fed reforça uma tendência de alta de juros, que acaba por dar sustentação à cotação do dólar no mundo. Por outro lado, com a expectativa de corte de juros no Brasil, o país se aproxima de uma mudança de fase nos ciclos de juros domésticos, o que deve diminuir o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, ampliando a atratividade de investimentos no mercado americano.
Diante dessas emoções e mudanças no cenário econômico, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional, os investidores devem ficar atentos às novas movimentações dos bancos centrais e às projeções para o futuro, uma vez que os recebimentos dessas ações podem impactar os mercados financeiros de maneira significativa.