O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira (21) que não irá concorrer à reeleição nas eleições de outubro deste ano. Fernández disse que entregará o cargo em 10 de dezembro, quando termina o atual mandato.
“No dia 10 de dezembro entregarei a faixa presidencial a quem for eleito nas urnas pelo voto popular”, disse ele em um vídeo postado no Twitter. “Vou trabalhar muito para que o próximo presidente seja um parceiro do nosso setor político”, acrescentou.
https://twitter.com/alferdez/status/1649395866820542464
A decisão fortalece o nome de Cristina Kirchner, atual vice-presidente da Argentina, para disputar o cargo pelo Partido Justicialista, que deve se reunir na tarde desta sexta-feira (21) para discutir o assunto.
O anúncio de Fernández foi feito em meio ao agravamento da crise econômica argentina. Na véspera (20), o dólar blue – uma das cotações usadas pela população – bateu novo recorde, tendo chegado a 432 pesos. Em março, a inflação atingiu 104% ao ano, o maior patamar em 30 anos.
Aliado antigo dos Kirchner
Alberto Fernández chegou ao poder em 2019, quando venceu o então presidente Maurício Macri. Antes disso, havia sido chefe de gabinete de Néstor Kirchner (2003-2007) e um de seus maiores aliados políticos. No início dos anos 2000, Fernández foi responsável por apresentar o casal Kirchner, que vinha de uma província pequena, a dirigentes influentes do país. Foi então que se formou o Grupo Calafate que anos depois levaria Néstor à presidência da Argentina.