Os dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira, 5, evidenciam que a caderneta de poupança registrou uma retirada no saldo pelo quarto mês consecutivo em 2023, o que significa que os saques superaram as captações. Somente em abril, foram retirados do sistema da caderneta R$ 295.524 bilhões, enquanto R$ 289.272 bilhões foram aplicados. Essa diferença resultou em um rendimento negativo de R$ 6.287 bilhões.
A poupança acumula um saldo negativo de R$ 57.484 bilhões neste ano. Vale ressaltar que em 2022 a geração líquida foi negativa em R$ 103.237 bilhões, o pior resultado da série histórica da poupança desde 1995.
No entanto, em 2022, a poupança teve o seu primeiro ano de rendimento real desde 2018 e quebrou três anos de ganhos abaixo da influência oficial, com uma rentabilidade de 2% – descontado o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os resultados negativos da poupança concorrem em meio ao contexto de juros elevados, com a taxa Selic em 13,75%, economia em desaceleração e baixo crescimento, influência descontrolada e alto endividamento dos brasileiros. Segundo o Banco Central, 48,6% da renda acumulada da população está comprometida com dívidas não acumuladas nos últimos 12 meses.