Na última semana, a polícia desarticulou um esquema criminoso envolvendo grupos de investimentos fraudulentos que operavam em diversos estados brasileiros. De acordo com informações fornecidas pelo delegado responsável pela investigação, foram identificadas várias contas em paraísos fiscais com valores que ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão.
No Rio Grande do Sul, onde o golpe teve início, foram encontrados 28 grupos com mais de 1.000 pessoas cada. Além disso, as polícias de Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins já estão investigando as ramificações do esquema nesses estados, conforme apontado pelo delegado.
A operação de combate ao golpe teve início na quarta-feira da semana passada, quando foram cumpridas 79 ordens judiciais nos três estados mencionados. A investigação revelou a existência de um falso grupo de investimentos que enganou dezenas de milhares de vítimas, prometendo retornos financeiros elevados.
Até o momento, 11 suspeitos de integrar o grupo criminoso foram identificados. Nove deles já foram presos, enquanto outros dois continuam foragidos. Durante as diligências, foram apreendidos dinheiro, documentos e carros de luxo relacionados às atividades ilícitas.
A ação policial resultou na execução de 11 mandados de prisão temporária, 21 mandados de busca e apreensão residencial, 19 mandados de busca e apreensão de veículos, além do bloqueio de contas bancárias e imóveis de 11 pessoas físicas e três pessoas jurídicas envolvidas no esquema.
A maior parte dos integrantes do grupo criminoso reside em Santa Catarina, onde cinco pessoas foram presas durante as diligências realizadas nas cidades de Tijucas, Porto Belo, Balneário Camboriú, São Lourenço do Oeste e Itapema. No Rio Grande do Sul, os mandados foram concentrados em Santo Antônio das Missões, no Norte do estado, local onde o grupo centralizou suas atividades por alguns meses.
Além disso, a polícia também realizou mandados em três endereços na cidade de São Paulo, onde um dos suspeitos do grupo criminoso reside, conforme informações fornecidas pela Polícia Civil.
O golpe consistia em atrair vítimas por meio de uma empresa que prometia investimentos altamente rentáveis no mercado de ações. As vítimas eram levadas a participar de grupos virtuais de “investimentos financeiros”, gerenciados por uma plataforma digital duvidosa chamada “gênesis.net”. É importante ressaltar que essa plataforma não tem relação alguma com uma empresa regular no ramo de investimentos chamada “Gênesis Investimentos”.
Os golpistas incentivavam as vítimas a instalar o aplicativo “genesis.net” em seus telefones celulares e fornecer seus dados pessoais. Em seguida, as pessoas eram direcionadas a grupos de WhatsApp, nos quais eram orientadas sobre como investir e pressionadas a fazer aplicações rapidamente. Os criminosos afirmavam ter recebido “informações privilegiadas” sobre momentos ideais para investimentos altamente lucrativos.
O dinheiro destinado aos investimentos era desviado para contas bancárias de criminosos, principalmente no exterior. Os golpistas utilizavam sites e aplicativos falsos para tornar as transações aparentemente seguras. Há indícios de que tenham sido criadas pelo menos três empresas de fachada para o desvio do dinheiro obtido das vítimas.
Os suspeitos de envolvimento nesse golpe foram identificados após ostentarem seus ganhos em perfis de redes sociais, através dos quais convenciam outras pessoas a investirem no esquema fraudulento. Para dar maior credibilidade ao golpe, os golpistas chegaram a alugar salas comerciais e de reuniões luxuosas, simulando encontros de trabalho.
A polícia segue com as investigações para identificar todos os envolvidos e garantir a punição dos responsáveis por essa fraude financeira que causou prejuízos significativos a milhares de pessoas em todo o país.