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A Morte de Jovem de 12 Anos Levanta Questões sobre Atendimento Médico em Guarujá

Reprodução: Arquivo pessoal

A cidade litorânea de Guarujá, em São Paulo, foi palco de uma tragédia que abalou uma família e gerou uma onda de questionamentos sobre a qualidade do atendimento médico oferecido nas unidades de saúde locais. Arthur Barros da Silva, um jovem de apenas 12 anos, perdeu sua vida após uma fratura aparentemente trivial no tornozelo, um acidente comum em jogos de futebol.

Os lamentáveis eventos começaram durante uma aula de educação física, quando o menino sofreu uma lesão no tornozelo. Após dois dias de persistentes dores, sua família decidiu buscar ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária local. Contudo, a angústia da família começou aqui, pois, segundo relatos, o diagnóstico inicial foi equivocado, indicando apenas uma luxação simples.

Fabiana Barros Santana, tia do jovem Arthur, expressou sua indignação diante do atendimento na UPA, que liberou o menino com uma prescrição para aliviar as dores, ignorando, segundo ela, os sintomas evidentes de um problema mais sério. As dores persistiram, e o tornozelo permanecia inchado, levando a uma segunda visita à UPA e, posteriormente, ao Hospital Santo Amaro (HSA) para uma avaliação mais aprofundada.

No HSA, foi finalmente diagnosticada uma fratura na tíbia distal da perna direita de Arthur. O tratamento foi iniciado, mas o pesadelo estava longe do fim. Dois dias depois, o menino retornou à UPA da Enseada e, posteriormente, ao HSA, onde foi internado para avaliação com um médico vascular.

Reprodução: Arquivo Pessoal

Entretanto, o desfecho foi trágico. Fabiana relata ter pedido assistência à médica de plantão quando Arthur começou a piorar, mas sua solicitação foi recusada, alegando que o menino já estava suficientemente medicado. No dia seguinte, Arthur Barros da Silva veio a óbito.

A causa da morte, de acordo com o atestado de óbito, incluiu insuficiência respiratória aguda, tromboembolismo pulmonar e a fratura na perna direita. A pediatra e reumatologista infantil Heloiza Ventura explicou que a embolia pulmonar é excepcionalmente rara em crianças, mas que certos traumas, como fraturas, podem aumentar o risco.

A família, atormentada pela perda precoce e revoltada pela possível negligência médica, buscou orientação jurídica. Um boletim de ocorrência por morte suspeita foi registrado, e um advogado, Airton Sinto, foi acionado para avaliar a viabilidade de uma ação legal.

Airton Sinto destacou a possível negligência no atendimento, especialmente na UPA Rodoviária, por ter falhado em identificar a fratura, e no HSA, onde a médica recusou-se a atender Arthur quando ele mais precisava. O advogado salientou a necessidade de esclarecimentos e responsabilização pelos fatos.

A Prefeitura de Guarujá expressou pesar pela morte do jovem e afirmou que está conduzindo um processo administrativo para investigar o ocorrido. Já o Hospital Santo Amaro respondeu que não há queixas sobre o serviço prestado, mas confirmou a existência de uma reclamação formalizada em relação à médica em questão, iniciando procedimentos de análise interna.

A morte precoce de Arthur Barros da Silva levanta questões sérias sobre os protocolos médicos e o atendimento em unidades de saúde. Resta agora aguardar os desdobramentos das investigações para que a justiça seja feita e para que essa família encontre alguma forma de paz diante dessa terrível perda.

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