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Ministério Público Federal questiona Google sobre possível direcionamento de resultados de busca

O Ministério Público Federal (MPF) expediu um ofício na última segunda-feira (1) questionando o Google sobre os conteúdos contrários ao Projeto de Lei das Fake News quando se realiza uma busca na plataforma. Segundo uma pesquisa feita pela NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há um possível direcionamento de resultados de pesquisa no Google quando é buscado por informações sobre o PL 2630.

Ao pesquisar o termo “PL 2630”, a plataforma mostrou um conteúdo patrocinado do Google com o título “Conheça o PL da Censura”. O relatório dos pesquisadores da (UFRJ) indica que os dados podem indicar que o Google vem usando os resultados de busca para influenciar negativamente a percepção dos usuários sobre o projeto de lei.

No entanto, há questionamentos sobre a metodologia utilizada no levantamento feito pela UFRJ. Alguns especialistas acreditam que o estudo não apresenta dados suficientes para comprovar que o Google está direcionando os resultados de busca de forma tendenciosa. Outros afirmam que é possível que o conteúdo patrocinado do Google seja resultado de uma estratégia de publicidade, e não de uma manipulação dos resultados de busca.

Por conta do estudo, o MPF pediu que o Google informe, em um prazo de 10 dias, quais são os critérios utilizados para os resultados de quem busca “PL 2630”. “Na hipótese de uma empresa modular seu buscador para oferecer às pessoas que procuram saber sobre dado assunto uma versão específica e que lhe aproveita, ela estaria atuando em prejuízo do direito à informação que diz promover”, afirmou o procurador Yuri Corrêa da Luz.

O Google emitiu uma nota em resposta ao questionamento. Leia a nota completa:

As alegações de que estamos ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao Projeto de Lei 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis, são falsas. Cada vez que uma pessoa faz uma busca, nossos sistemas trabalham para mostrar para ela os resultados mais relevantes entre milhares, às vezes milhões, de páginas de web. Não alteramos manualmente as listas de resultados para determinar a posição de uma página específica em nenhuma hipótese. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google.

Acreditamos que a discussão sobre uma legislação que pode impactar a vida de milhões de brasileiros e empresas precisa ser feita envolvendo todos os setores da sociedade. Nas últimas semanas, temos nos manifestado em relação ao PL 2630 de forma pública e transparente por meio de nosso blog oficial. Além disso, temos investido em campanhas de marketing para dar visibilidade mais ampla às nossas preocupações, por meio de anúncios em veículos de comunicação tradicionais, como jornais, e em mídia digital, incluindo nossas plataformas de publicidade e redes sociais.

Temos explicado os riscos, que consideramos legítimos, às pessoas que usam nossas plataformas e também aos diferentes participantes do ecossistema digital. Isso inclui criadores de conteúdo no YouTube, anunciantes de todos os tamanhos e sites de notícias. Às vésperas da votação do PL 2630, que não foi discutido tão amplamente e sofreu alterações significativas nas últimas semanas, é importante que os brasileiros estejam informados sobre os possíveis impactos para tomarem uma decisão sobre como participar dessa discussão.”

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