Na tarde desta quinta-feira, 21 de setembro, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emitiu um comunicado enfático, rejeitando veementemente as alegações de que Bolsonaro teria participado de uma reunião com a cúpula do Exército para discutir a possibilidade de um golpe de Estado durante seu mandato como chefe do Executivo. As alegações surgiram após a divulgação de trechos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, que mencionou o suposto encontro ocorrido após as eleições de 2022.
No comunicado, assinado pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten, a defesa de Bolsonaro enfatiza que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei” e que ele “sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal.” A mensagem também destaca que Bolsonaro nunca tomou “qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito.”
Além disso, o trio de advogados enfatiza que o ex-presidente tomará todas as medidas judiciais cabíveis contra qualquer manifestação caluniosa que ultrapasse o conteúdo da colaboração em segredo de Justiça, ressaltando que a defesa ainda não teve acesso ao seu teor.
Fábio Wajngarten, um dos advogados da defesa, reforçou as posições do ex-presidente em sua conta pessoal, declarando que as “eleições são páginas viradas” e que qualquer alegação feita contra Bolsonaro precisará ser provada. Ele também afirmou que, se alguém mentiu, haverá consequências legais, sem fazer menção direta ao tenente-coronel Mauro Cid e à delação às autoridades.
Como noticiado anteriormente pelo site da Jovem Pan, a defesa de Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos depoimentos do tenente-coronel. Os advogados argumentam que o acesso aos autos do processo é necessário para garantir um julgamento completo e justo. Em seu comunicado, a defesa destaca que, embora o contraditório não seja aplicável a autos de investigação, a amplitude de defesa permanece intacta, e eles buscam a garantia do exercício de defesa por meio do acesso a elementos de prova já documentados.