Faltando pouco mais de um ano e dois meses para a primeira virada das eleições municipais de 2024, o cenário político em São Paulo já se aqueceu com intensas solidariedades e alianças entre os partidos. A corrida pela prefeitura da maior metrópole brasileira, centro financeiro e reduto eleitoral do país, assume contornos singulares devido à ausência de candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Liberal (PL), legendas que permaneceram no epicentro da polarização que marcaram como eleições nacionais de 2022.
Na semana passada, em um evento que não contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT anunciou seu apoio à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), em São Paulo. Tal apoio simboliza um pacto político costurado desde as eleições presidenciais passadas, quando o Psol comprometeu-se a apoiar a candidatura de Lula na troca da indicação de Boulos como postulante à prefeitura paulistana. Notavelmente, esta é a primeira vez que o PT se abstém de lançar um candidato próprio para a prefeitura de São Paulo. Aguardo recai sobre a possibilidade de os petistas indicarem o nome do vice-prefeito na chapa.
Guilherme Boulos desponta nas pesquisas como o favorito ao comando da Prefeitura de São Paulo, obtendo um apoio significativo de mais de 31% dos paulistanos. Seu histórico de desempenho eleitoral, com uma bem-sucedida chegada ao segundo turno nas eleições municipais de 2020, em que conquistou mais de 2 milhões de votos, reforça sua presença como um nome expressivo na disputa.
O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, membro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), surge como o segundo colocado nas intenções de voto, com um apoio de 17,8% dos eleitores. Nunes, que assumiu efetivamente a carga após o trágico falecimento do então prefeito Bruno Covas, tem como desafio consolidar seu nome para a reeleição, buscando apoio do Partido Liberal e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado federal Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre (MBL), figura como outro pré-candidato confirmado para o pleito de 2024. Adepto de pautas da direita, Kataguiri se apresenta como uma alternativa comprometida com a segurança pública e com um orçamento mais robusto para esse setor. Seu discurso contundente e sua vitória nas prévias internas do partido ou credenciam como uma voz representativa dessa corrente política na corrida eleitoral.
Além disso, a deputada federal Tabata Amaral, mesma filiada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), tem seu nome especulado como possível candidata pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nas eleições municipais. O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, elogia a postura do parlamentar como alguém “verdadeiramente interessada em fazer uma política diferente”, pretendia para uma possível construção de aliança. Tabata, por sua vez, já tem se destacado ao explorar temas municipais e confrontar o atual prefeito.